Poema
Ó Poesia – quanto te pedi! Terra de ninguém é onde eu vivo E não sei quem sou – eu que não morri Quando o rei foi morto e o reino dividido. Sophia de Mello Breyner Anderson
Ó Poesia – quanto te pedi! Terra de ninguém é onde eu vivo E não sei quem sou – eu que não morri Quando o rei foi morto e o reino dividido. Sophia de Mello Breyner Anderson
Ensina-nos Senhor a rezar este vazio. O vazio trazido por um medo que não conhecíamos e que parece agora um inquilino da nossa alma. O vazio dos espaços confinados. O vazio da vida, de repente, suspenso. O vazio das horas que quem está sozinho conta de forma diferente, O vazio das incertezas que se amontoam […]Read Post ›
Na minha juventude antes de ter saído da casa de meus pais disposto a viajar eu conhecia já o rebentar do mar das páginas dos livros que já tinha lido Chegava o mês de Maio era tudo florido o rolo das manhãs punha-se a circular e era só ouvir o sonhador falar da vida como […]Read Post ›
Alma minha gentil, que te partiste Tão cedo desta vida, descontente, Repousa lá no céu eternamente E viva eu cá na terra sempre triste. Se lá no assento etéreo, onde subiste, Memória desta vida se consente, Não te esqueças daquele amor ardente Que já nos olhos meus tão puro viste. E se vires que pode […]Read Post ›
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra, define com perfil e ser este fulgor baço da terra que é Portugal a entristecer – brilho sem luz e sem arder, como o que o fogo-fátuo encerra. Ninguém sabe que coisa quere. Ninguém conhece que alma tem, nem o que é mal nem o que é […]Read Post ›
O meu amor vai para alémVai partir o meu querido bemO que será de mim? O meu amor vai para o marVai partir o meu bem-estarO que será de mim? Vai partir o meu querido bemAquele que me ama tambémO que será de mim? Vai partir o meu bem-estarAquele que me faz amarO que será […]Read Post ›
Naquela tarde de Setembro,Ouviam-se os sons ruidosos,Eram águias brancas lembroCom seus portes majestosos. Pela estrada onde eu seguia,Pouco depois de uma curva,Eis que surge uma criaPequenina perdida da reserva. Saí; mas ao sair não consegui.Muito nova apesar do seu tamanhoTocar-lhe e entrega-la foi estranhoDe súbito foi subindo e eu prossegui. Na descida da encostaE no […]Read Post ›
As rosas que me deste São vermelhas como eu gosto. Dás-mas sempre em Agosto. Esquecer nunca quiseste. Passeamos junto ao mar Sempre com o mesmo prazer. Recordamos o nosso viver. Vivendo sempre par a par. No horizonte surgiu a nuvem. Como foi difícil viver! Quando tive que te perder. Eu sofri como ninguém. Toda a paz […]Read Post ›
O poema Malmequer declamado por Graça Ferreira de autoria própria
Estás onde eu estou caminhas para onde eu vou horizonte a descobrir ausência de medos ao partir. Ribeiro de fluído límpido correndo para o mar longínquo que não prevê rápidos e cascatas fonte de inspiração e serenatas. Borboleta que sai da crisálida e volteja sem parar conta o tempo na tarde cálida de flor em […]Read Post ›
Home Concurso Em Destaque Quem Somos Balada de Neve Junho 2, 2006 at 7:32 pm 96 comentários Batem leve, levemente, como quem chama por mim. Será chuva? Será gente? Gente não é, certamente e a chuva não bate assim. É talvez a ventania: mas há pouco, há poucochinho, nem uma agulha bulia na quieta melancolia […]Read Post ›
Na mão de Deus, na sua mão direita, Descansou afinal meu coração. Do palácio encantado da ilusão Desci a passo e passo a escada estreita. Como as flores mortais, com que se enfeita A ignorância infantil, despojo vão, Depus do Ideal e da Paixão A forma transitória e imperfeita. Como criança, em lôbrega jornada, que […]Read Post ›
Naquele dia fatídico e nebuloso Que ninguém consegue vislumbrar Um canto suave e melodioso Vai desaparecendo como que a levitar Surgem os medos e o silêncio pesa Soltam-se as lágrimas e a tristeza invade Cai a noite longa e sombria! Amanhece! Surge a calma E o medo desaparece. Graça Ferreira
Chove uma grossa chuva inesperada Que a tarde não pediu mas agradece. Chove na rua, já de si molhada Duma vida que é chuva e não parece. Chove, grossa e constante, Uma paz que há de ser Uma gota invisível e distante Na janela, a escorrer… Miguel Torga
por Miguel Torga Campos de Aveiro. manchas verdes de arroz, e a vela dum barco moliceiro que um pirata ali pôs. A servir de moldura, o velho mar cansado; e um céu alto a descer e a ter fundura. Inserido por GRAÇA