José Gomes Ferreira é o poeta e Fernando Lopes Graça o músico. Dois expoentes máximos da cultura portuguesa

Fernando Lopes Graça nasceu na cidade de Tomar, onde iniciou os seus estudos musicais. Ingressou, com a idade de dezassete anos, no Conservatório de Lisboa. Aqui, completou o Curso Superior de Composição, durante o qual teve como mestres Vianna da Motta, Tomás Borba e Luís de Freitas Branco.Partiu em 1937 para Paris, aí aprofundando os seus estudos em composição e musicologia. Datam deste período as suas primeiras harmonizações de canções populares portuguesas, que viriam a ter uma influência central e decisiva em toda a sua longa carreira. As obras subsequentes são marcadas pela assimilação e incorporação de material harmónico, melódico e rítmico proveniente do universo da música popular portuguesa.

José Gomes Ferreira nasceu a 9 de junho de 1900, no Porto, e faleceu a 8 de fevereiro de 1985, em Lisboa. Foi cônsul na N ruega de 1926 a 1929. A partir de 1948, inicia a publicação da sua obra poética, reunida posteriormente nos três volumes de Poeta Militante – Viagem do Século Vinte em Mim, uma criação poética caracterizada pela violência da denúncia de todo o tipo de situações de injustiça e de alienação, de permanente “contestação do real ou, antes, da aparência a que chamamos realidade. Politicamente, opôs-se à ditadura de Sidónio Pais e, mais tarde, à de Oliveira Salazar,. Foi condecorado grande oficial da Ordem Militar de Santiago de Espada por Ramalho Eanes. Em 1961 recebeu o “Grande Prémio da Poesia”, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Escritores à sua obra Poesia III.
Da sua escrita ressalta uma grande preocupação humanística, com constante atenção aos problemas do nosso tempo, glosando temas como a liberdade, a dignidade humana e a solidariedade para com os outros, sobretudo no sofrimento.
Este vídeo, feito em 25 de Abril de 2020, celebrando a Liberdade em confinamento e não na rua onde ela foi conquistada, desperta o nosso consciente para a necessidade de vencer o medo que por vezes nos querem impor e, ao mesmo tempo, mostra-nos a força da união.
Acordai acordai homens que dormis a embalar a dor dos silêncios vis vinde no clamor das almas viris arrancar a flor que dorme na raíz Acordai acordai raios e tufões que dormis no ar e nas multidões vinde incendiar de astros e canções as pedras do mar o mundo e os corações Acordai acendei de almas e de sóis este mar sem cais nem luz de faróis e acordai depois das lutas finais os nossos heróis que dormem nos covais Acordai! Acordai
Jornada Não fiques para trás oh companheiro É de aço esta fúria que nos leva Para não te perderes no nevoeiro Segue os nossos corações na treva. Refrão Vozes ao alto, vozes ao alto Unidos como os dedos da mão Havemos de chegar ao fim da estrada Ao sol desta canção. Aqueles que se percam no caminho Que importa? Chegarão no nosso brado Porque nenhum de nós anda sózinho E até mortos vão a nosso lado. Refrão
Acordai, acordai….
Acordemos todos para a resolução de tantos e tão diversos problemas que a humanidade enfrenta. Façamos sentir as nossas vozes nem que seja cantando…
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